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Resenha #18: Rockfeller

Informações técnicas:

Autor: Alexandre Apolca

Editora: Nova Paris

Ano: 2014

Páginas: 180

Sinopse: Beto Rockfeller, que possui uma leve versão da síndrome da mão alheia, sonha em fazer sucesso com sua banda de rock. Após ser preso injustamente em um protesto na Avenida Paulista, é liberado e orientado a deixar São Paulo. Ele e sua desconhecida banda — cujos integrantes são: Yakult, Gringo e Santiago dos Santos — decidem se mudar para a mística São Thomé das Letras, a Machu Picchu brasileira. É exatamente nessa aconchegante cidadezinha mineira que começa uma trama estonteante e dinâmica — repleta de aventuras, romances, crimes e mistérios. Rockfeller se envolve com Anita Andrade, a namorada de um dos seus amigos. Esse triângulo amoroso é surpreendido com a súbita aparição de uma terrível enfermidade. Ele, desconcertado, se vê diante de uma difícil decisão, que mexe brutalmente com seus princípios morais e o pior, Rock pagará caro por sua indigesta decisão, seja ela qual for. Além disso, é obrigado a conviver com seus fantasmas, desilusões e psicoses e ainda tem de se acostumar com um enigmático corvo que o persegue. No entanto, após muito tempo, Rockfeller consegue uma segunda chance de ser feliz no Rio de Janeiro, as suas desventuras e psicoses ressurgem, e isso pode levá-lo a uma irreparável situação em que nem tudo que se vê pode ser real...

Resenha:

Beto Rockfeller… Você até pode achar que sabe que personagem é esse, mas, te digo, você não sabe. Não é quem você está pensando.


Este Beto Rockfeller tem um terceiro sobrenome. Araújo. E sua história se passa no final da década de 1980. Integrante de uma banda de rock desconhecida, a Escória Humana, Beto sonha em ver sua banda deslanchar. Numa noite, depois de um show de sua banda, Beto convida seu público para um protesto contra o governo Sarney.


Apesar de poucas pessoas terem aceitado o convite do protesto, Beto e seus amigos invadem a Avenida Paulista com seus cartazes e, logo, se encontram com vândalos que, em vez de um protesto pacífico, estão destruindo o patrimônio público. No meio dessa confusão, Beto é preso injustamente, confundido com um dos vândalos.



“O tempo é a estrada que nos trouxe à vida e que, um dia, nos levará para a morte.”

Seu pai, advogado e conhecido do delegado, consegue livrar a barra do rapaz, mas na condição de que ele saia de São Paulo para não aborrecer nem decepcionar mais seu velho. Beto não vê outra saída a não ser acatar as ordens do pai, mesmo abatido por ter de deixar sua banda e sonho de sucesso para trás. Mas seus amigos decidem, todos eles, deixar suas vidas para trás e permanecerem juntos, mudando-se de cidade junto com Beto.


O grupo, então, se muda para a cidade de São Thomé das Letras, no interior de Minas Gerais, onde moram todos em uma mesma casa. Beto protagoniza um triângulo amoroso ao se envolver com Anita, a namorada de um dos seus amigos de banda, o Gringo. Junto com esse envolvimento, um corvo — real ou imaginário, quem pode dizer? — o persegue. O triângulo se desfaz quando Anita se descobre com uma terrível doença, e Gringo a abandona, voltando para seu país de origem.


É Beto, então, quem fica ao lado dela e procura por um meio de salvá-la. Apesar da rebeldia juvenil e do uso de drogas, Beto ainda tem princípios, que são postos à prova quando a única saída para curar sua amada é contrariar todos eles. Por amor à Anita, ele o faz, o que acarreta em consequências que o separa de Anita por vários anos. Entretanto, o corvo não o deixa em paz, aparecendo esporadicamente para infernizá-lo.



“Não importa o que você foi, o que é, e o que será. Eu o amo mesmo assim.”


Depois de muito tempo, Beto encontra uma nova oportunidade de ser feliz, no Rio de Janeiro. Mas em sua mente, que sempre parece disposta a enganá-lo, tudo é real. Até mesmo aquilo que não é.


Considerações pessoais.


Achei Rockfeller um livro diferente e surpreendente em muitos aspectos. O autor mantém o suspense acerca das aparições do corvo e conduz a narrativa para um desfecho inesperado. A trama também tem pitadas certas de humor e romance, tornando a leitura agradável. Referências literárias e musicais também não faltam, e amei todas elas (e.e).

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