top of page

Resenha #19 - O Exorcista


Informações técnicas:


Título Original: The Exorcist

Autor: William Peter Blatty

Editora: HarperCollins Brasil

Ano: 2015

Páginas: 333

Sinopse: Publicado pela primeira vez em 1971, O Exorcista tornou-se não só um fenômeno literário como um dos livros mais assustadores e controversos alguma vez escritos. A história centra-se em Regan, a filha de doze anos de Chris MacNeil, uma ocupada actriz que reside em Washington D.C. A criança aparenta estar possuída por um demônio ancestral e cabe a dois padres a dura tarefa de o exorcizar, arriscando a sanidade e a própria vida. O Exorcista transcendeu as páginas escritas e saltou para o grande ecrã, onde se tornou uma referência incontornável do cinema. Mas se pensa que o filme é assustador, leia o livro. Até porque o filme nem chega a aflorar a ponta do iceberg! Propositadamente crua e profana, O Exorcista é uma obra com a capacidade de nos chocar, levando-nos a esquecer que é apenas uma história.




Resenha:


Inspirado num caso de exorcismo real, William Peter Blatty nos conduz por uma trama centrada na atriz Chris MacNeil e em sua filha, uma menina adorável de onze anos. O comportamento de Regan, no entanto, começa a mudar gradualmente, acompanhado de pequenos eventos que, a princípio, Chris acredita ser completamente explicáveis — as batidas no sótão de madrugada são atribuídas a roedores, e o fato de Regan se juntar a ela em seu quarto alegando que sua cama estava balançando é atribuído a uma forma da menina de chamar a atenção.


Chris começa a se preocupar, realmente, quando, por fim, há uma mudança drástica no comportamento da filha: mentiras, irritabilidade, acessos de raiva, insônia. A primeira preocupação de Chris é procurar por um psiquiatra, mas ela é aconselhada a, primeiro, recorrer a outra espécie de médico. Assim, ela é direcionada a Samuel Klein. Cada sintoma de Regan parece ter uma explicação científica. Até mesmo a cama balançando violentamente, que Chris, inclusive, presenciou certa noite, pode estar ligada a um sintoma físico chamado espasmo clônico.


O comportamento de Regan segue mudando cada vez mais drasticamente, enquanto exames atrás de exames são realizados sem obter nenhuma resposta satisfatória para o caso clínico Regan. A certa altura, claro, Chris está desesperada e, apesar de seu ateísmo convicto, ela não descarta a possibilidade de sua querida filha estar possuída por um demônio.


Regan passa por vários médicos, de várias especialidades e, apesar de cada vez surgir uma suposta resposta para o comportamento de Regan, os exames sempre contrariam todas as expectativas. Seguindo, enfim, seus instintos, Chris consegue a visita de um psiquiatra para a filha que, após uma conversa com Regan — já completamente transformada —, lhe sugere um exorcismo.


No caso, o exorcismo seria falso, pois, segundo o psiquiatra, Regan apenas acredita que está possuída. Para curá-la, deveriam forjar um exorcismo. Entretanto, até a farsa de um exorcismo pode trazer consequências para a mente da pequena Regan McNeil.


Desesperada por respostas, Chris vai ao encontro de Damien Karras, um padre psiquiatra — que enfrenta problemas com sua fé enfraquecida — a fim de convencê-lo a exorcizar sua filha. Damien se opõe a princípio, para o exorcismo é preciso autorização do Vaticano, e para obter a autorização é preciso ter provas concretas da possessão.


Depois de uma visita à Regan — agora com voz gutural e face demoníaca, estando amarrada à cama para ser contida —, Damien concorda em fazer o possível para juntar provas suficientes para obter a autorização de exorcismo do Vaticano.


Entretanto, a guerra entre o que é natural e sobrenatural, entre religião e ciência, segue-se ainda mais tensa, guiando-nos para um final incógnito. O que acontece com Regan é fruto de uma entidade maligna ou seria causado pela mente humana, tão fascinante e desconhecida?


Considerações pessoais.


O livro é uma verdadeira obra-prima. William consegue nos prender em cada parágrafo. A história é repleta de tensão e suspense, ao ponto de ser genial. O autor conseguiu pôr em dúvida não somente a religião, mas a ciência também, deixando o leitor bem no meio do “fogo cruzado” da guerra entre a fé e a razão. Eu mesma, em particular, mesmo com o desfecho, continuei na dúvida sobre o real ocorrido com Regan McNeil.

Uma leitura tensa e intensa. E, acima de tudo, uma história que não põe fim à guerra entre religião e ciência, mas a instiga ainda mais.

bottom of page