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Resenha #43 - A Batalha do Apocalipse (Edição Especial), Eduardo Spohr


Autor: Eduardo Spohr

Ano: 2014

Páginas: 648

Editora: Verus

Sinopse: Há muitos e muitos anos, há tantos anos quanto o número de estrelas no céu, o Paraíso Celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o Dia do Juízo Final. Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas. Único sobrevivente do expurgo, Ablon, o líder dos renegados é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na Batalha do Armagedon, o embate final entre o céu e o inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro da humanidade. Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano, das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra medieval, A Batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana - é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, repleto de lutas heroicas, magia, romance e suspense.





Resenha


Ainda no universo angélico de Eduardo Spohr, A Batalha do Apocalipse é o romance de estreia do autor, e todos os acontecimentos nele narrados são posteriores à trilogia Filhos do Éden, podendo ser lido separadamente dos demais livros ou como uma continuação de Paraíso Perdido.


Depois de seis dias — cada um durando milhões de anos — criando o universo, planetas, constelações e seres, no sétimo dia Yahweh se retirou para o Monte Tsafon para descansar. Antes disso, porém, Deus incumbiu seus Primicérios, os cinco Arcanjos, a governar o universo e adorar sua melhor e maior criação — a raça humana, a quem foi entregue a alma, o que rege o livre arbítrio dos homens.


Contudo, enciumados com tal decisão, principalmente Miguel, o Príncipe dos Anjos, eles decidem que os humanos devem ser exterminados. Uma série de catástrofes é planejada, mas eis que surge um grupo de anjos que são contra os massacres guiados pelos Arcanjos.


Nesse meio, ergue-se as ambições do Arcanjo Lúcifer, com seus próprios planos. Ardiloso, ele promete apoiar os dezoito anjos que conspiram para destronar o tirânico, mas, no último momento — como sempre estivera em seus planos — a Estrela da Manhã denuncia a conspiração, traindo-os. Irado, Miguel ordena a expulsão de tais anjos do céu e os condena a viver na Haled, presos aos seus avatares, impossibilitados de desintegrá-los e voltar às camadas celestes. Além disso, o Príncipe dos Anjos também ordena que Os Dezoito Renegados sejam caçados e mortos. O querubim Ablon, um antigo general celeste, é um desses renegados e, atualmente, o único sobrevivente do grupo de renegados.


E agora, no século XXI, o sétimo dia está próximo do fim, e o despertar do Altíssimo é iminente, o mundo vive os últimos dias, uma grande guerra terrena está prestes a acontecer, e os sinais do Apocalipse estão por todo lado. Preparando-se para o Armagedom, o embate entre o céu e o inferno que decidirá o destino da humanidade, Ablon recebe um convite inusitado do Senhor do Sheol — o mesmo que o traíra milhares anos antes.


Decidido a visitar o Inferno e saber qual a proposta de Lúcifer, Ablon convoca uma antiga amiga, Shamira, a Feiticeira de En-Dor, para que lhe faça um feitiço de proteção. Com a vida e mentes protegidas, o último dos expurgados viaja até o submundo e ouve a proposta de Lúcifer: aliar-se às tropas infernais durante a batalha do Apocalipse.

Mas Ablon recusa o convite. Lúcifer o traíra uma vez e nada poderia lhe garantir que não o fará outra vez. Para sua surpresa, o Arcanjo Sombrio aceita sua recusa de bom grado.


Retornando à Haled, e à presença da amiga que ficara em seu apartamento, Ablon descobre que Shamira pode estar em perigo. Sob as ordens do Arcanjo Miguel, A Feiticeira foi sequestrada e levada à presença do tirânico, como uma garantia de que Abon não se unisse a Lúcifer.


Agora, o guerreiro precisa resgatar a amiga, e o fará tendo como aliados anjos a serviço do Arcanjo Gabriel — que há muito tempo decidiu opor-se à ditadura do irmão.


Impedido de dissipar seu avatar, o querubim terá de alcançar a camada celeste a partir do plano físico, através de um portal. O mais próximo, fica na terra santa de Jerusalém.


Ao finalmente voltar para casa, em breve Ablon descobrirá que as intenções de Miguel para com Shamira vão além de garantir que ele não se alie ao inimigo.




Considerações pessoais.


Em A Batalha do Apocalipse, Eduardo Spohr traz uma história incrível, impressionante, uma narrativa ainda mais recheada de batalhas e aventuras épicas do que os livros anteriores. Dividido entre o tempo presente e flashbacks de Ablon em diversos momentos e partes do mundo, a narrativa flui com facilidade, e o enredo traz subtramas surpreendentes que conversam com o tema central. Os personagens são cativantes, bem-construídos e localizados dentro da história. Esta edição da história ainda traz um agrado aos leitores: ilustrações, organogramas, textos e capítulos extras.

Não deixo de concordar com José Louzeiro quando ele diz que “Não há em literatura portuguesa conhecida nada que se compare com A Batalha do Apocalipse.”

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