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Resenha #46 - Os Sete, André Vianco

Informações Técnicas

Autor: André Vianco

Ano: 2016

Páginas: 432

Editora: Aleph

Sinopse: Nobres homens de bem, jamais ouseis profanar este túmulo maldito. Aqui estão sepultados demônios viciados no mal e aqui devem permanecer eternamente. Que o Santo Deus e o Santo Papa vos protejam. Uma caravela portuguesa naufragada com mais de 500 anos é descoberta no litoral brasileiro. Dentro dela, uma estranha caixa de prata lacrada esconde um segredo. Apesar do aviso grafado, com a recomendação de não abri-la, a equipe de mergulhadores que a descobriu decide seguir em frente, e encontra sete cadáveres. Esses corpos misteriosos e cadavéricos são levados para estudos e tudo parece estar sob controle até o despertar do primeiro deles. Em Os Sete, André Vianco atualiza o mito dos Vampiros, apresentando ao leitor seres poderosos, cada um com uma característica única, mas todos com natureza monstruosa e sanguinária. O resultado é um livro envolvente, repleto de ação e reviravoltas, que em pouco tempo ocupou seu merecido lugar entre os mais importantes livros de terror e fantasia brasileiros.


Resenha


César, Tiago e Olavo são amigos e têm a paixão em comum pelo mergulho (embora meio amador) e à caça ao tesouro de objetos de valor que possam ser encontrados no fundo do mar. Num desses mergulhos, o grupo de amigos encontra uma velha e antiga caravela afundada e aparentemente nunca foi encontrada por alguém. Com um potencial enorme de haver tesouros, os amigos então entram em contato com Eliana — uma amiga estudante de História.


Com todo apoio e financiamento da USPA, a antiga caravela é retirada do mar, e a partir daí a vida pacata da cidade de Amarração, no Rio Grande do Sul, vai mudar bruscamente. Dentro do navio naufragado, há uma caixa de prata hermeticamente fechada, com um aviso:



“Nobres homens de bem, jamais ouseis profanar este túmulo maldito. Aqui estão sepultados demônios viciados no mal e aqui devem permanecer eternamente. Que o Santo Deus e o Santo Papa vos protejam.”



Nessa mesma caixa, há as inscrições: Inverno, Tempestade, Gentil, Acordador, Lobo, Espelho e Sétimo, não necessariamente nessa ordem.


A princípio, ninguém desconfia de que esse recado é algo sério, e os historiadores, encontrando um contexto histórico para explicar tal recado, abrem a caixa de prata. Lá dentro, há sete espécimes, que, incrivelmente, não estão em estado de decomposição. Uma surpresa, uma vez que a caravela data da chegada dos portugueses em terras brasileiras.


Durante o estudo de um dos espécimes — Inverno — os envolvidos notam que ele está se regenerando pouco a pouco! E tudo vira caos quando a criatura finalmente acorda e sai de seu “cárcere” carregando outro espécime e prometendo voltar para buscar Eliana.


Por onde Inverno passa, a temperatura muda sobrenatural e radicalmente. O clima todo em Amarração, então muda durante a noite, fazendo um frio insuportável e antinatural. Temendo o mal que essa criatura — que mais tarde eles descobrem se tratar de um vampiro — possa fazer à população, o exército é acionado para a captura de Inverno, que depois de esconder um dos espécimes — Sétimo, o mais temido deles —, desperta seus outros irmãos também.


Enquanto as tropas se mobilizam na captura dos “monstros”, Tiago, temendo pela vida da amiga, foge com ela para São Paulo, na esperança de protegê-la. Sua escolha, porém, traça para ele um caminho sem volta. E não importa quão longe ele fuja, Inverno sempre encontrará a responsável por despertá-lo.







Considerações pessoais.

Os Sete é um livro completamente encantador em muitos aspectos. A começar por toda a construção vampiresca que o André traz na história, diferente de muito do que a gente vê nessa mesma temática. O fato de os vampiros terem poderes além de suas capacidades vampirescas nos tira da nossa zona de conforto e nos joga em um enredo completamente fora do clichê.


Outro ponto que eu adorei no livro foi o choque de realidade que os vampiros têm com o mundo moderno. Todas as descobertas que eles fazem ao longo da jornada (carros, aviões, eletricidade, etc) dá uma pitada de humor e leveza no livro, em contraste com a tensão da perseguição, do que vai acontecer e do que cada vampiro pode fazer com seus poderes.


Tem um equilíbrio muito bom na narrativa nesse contraste de humor e tensão.


No começo, pra mim, achei um pouco desestimulante, mas com o progresso da história, a leitura flui com mais facilidade. Só precisa persistir um pouquinho que logo melhora.


Revisão perfeita. Diagramação bonita e fonte em tamanho ideal.


Uma das minhas melhores leituras até o momento.


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