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Resenha #47 - O Último Ceifador, Henrique de Micco

Informações técnicas:

Título: O Último Ceifador

Autor: Henrique de Micco

Editora: Giostri

Ano: 2017

Páginas: 254

Sinopse: Henry é um jovem desequilibrado emocionalmente, que vê sua vida mudar de forma drástica ao ser recrutado por uma ordem sagrada. Uma ordem responsável pela captura de almas errantes num mundo onde o céu é vermelho e humanos reencarnados possuem uma nova chance antes do segundo e último julgamento que determina o destino de suas almas. Carregando o peso de suas novas responsabilidades e munido de sua foice, o garoto enfrentará batalhas nunca imaginadas por ele, iniciando sua jornada rumo ao desconhecido que, aos poucos, se mostra mais perigoso do que ele julgava



Resenha


Henry leva uma vida normal; é jovem, com pouco mais de vinte anos, sem emprego e sem ainda um futuro definido. Morando com a mãe, os irmãos e o padrasto, o garoto vê toda sua rotina mudar depois que é recrutado por uma ordem chamada de Ceifadores. Quando recrutado, contudo, Henry pensa que tivera um sonho, mas ao encontrar alguns estranhos objetos em seu quarto e ao experimentar um deles — um óculos de aparência um tanto quanto esquisita —, o rapaz é transportado para outra realidade, tendo um confronto com uma fera e saindo ferido de verdade. Além do mais, uma marca que ele recebeu no “sonho” existe no mundo real também, é o que lhe permitirá transitar entre os dois mundos.

Os Ceifadores recrutados possuem algumas habilidades, e, de início, o nosso protagonista vai usar desses benefícios não para o que lhe foi designado — a caça de almas errantes —, mas os usará no “mundo real”, cometendo delitos.

Mesmo que ele tenha o anjo Narah como uma espécie de orientador, um mentor, é o demônio Belgoj que colocará algum freio no garoto para que ele pare de usar seus “poderes” de forma errada, e só a partir daí é que Henry vai aceitar seu destino.


Henry vai viver e conhecer muita coisa ao longo da história, e muitas decisões erradas serão tomadas também. Ele conhecerá ceifadores de todos os lugares e épocas e passará por um treinamento constante para se tornar um bom ceifador, o que o obrigará a passar mais tempo nessa realidade alternativa do que no mundo como ele chama de “mundo real”.


Além das aventuras que ele vive nessa realidade de céu, inferno, almas errantes e almas que esperam pelo julgamento, Henry precisa enfrentar a família que se preocupa com sua mudança repentina de comportamento, e isso cria um conflito muito interessante para o enredo, porque o jovem realmente se distancia dos familiares, sempre preferindo passar mais tempo “do outro lado”, na outra realidade, do que na sua vida comum. Isso só muda quando, por um erro, ele cria um “elo dimensional”, e alma errante que ele deixou escapar pode possuir sua irmãzinha, e a partir desse momento o Henry vai fazer o possível para evitar o pior, levando-a a uma aventura ainda mais fantástica onde ele vai conhecer um dos mais famosos Ceifadores que já existiu.






Considerações pessoais.


Com uma premissa e elementos incríveis, Henrique de Micco criou uma história fantástica diferente de tudo que eu já li nessa temática de anjos e demônios. O Henry é um personagem muito real, bem-trabalhado, cheio de erros e defeitos, mas também com seus acertos. Todo o cenário criado, os elementos e conceitos aplicados na trama são ótimos e muito interessantes e dão um toque de livro de fantasia bem gostoso de se ler. A leitura flui com facilidade, a narrativa te dá as informações necessárias, não existem exageros de descrições que distanciam o leitor da trama central e nem escassez de descrições/informações que deixam o leitor perdido e sem aquela emoção de imaginar uma cena, um lugar, um personagem.


Personagens cativantes, interessantes, bem construídos dentro da história, cada um com a sua importância, mas senti que o Narah foi um personagem muito distante do que ele se propôs a fazer (no caso, mentorear o Henry, às vezes ele simplesmente sumia da trama), e fiquei na dúvida se essa “distância” dele foi algo proposital, com um motivo maior que possa ser revelado em livros futuros, ou se foi uma falha na narrativa.


Por fim, o livro peca um pouco na revisão, nada grotesco, só deixa o trabalho da editora menos profissional. O material gráfico é excelente, a diagramação está boa, e a capa não chama muito a atenção, poderia ser melhor.


De qualquer maneira, O Último Ceifador tem mais ponto positivos do que negativos, é uma ótima leitura, principalmente se você curte uma boa fantasia, e é super indicado aqui pelo Só Mais Este Capítulo.

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