Resenha #6 - DESESPERO

Título Original: Desperation

Autor: Stephen King

Editora: Suma das Letras

Ano: 2013

Páginas: 568

Sinopse: Um gato espetado numa placa da Rodovia 50 — uma das mais solitárias dos Estados Unidos — revela que nem sempre é fácil chegarmos ao nosso destino. O professor Jackson e sua esposa, a família Caver e o escritor Jonh Marinville sabem disso. O trajeto até a cidade de Desespero indica que a viagem será sombria e assustadora. Afinal, ao longo deste insólito caminho existe Collie Entragian, um louco disposto a fazer das suas palavras a própria lei. Quem conseguirá sobreviver? Este é o ponto de partida do novo romance de Stephen King, Desespero.

Resenha:

A Rodovia 50 é conhecida por ser a rua mais solitária dos Estados Unidos. E por ela, o professor Peter Jackson e sua esposa, Mary, estão voltando de uma viagem. As coisas indicam uma macabra mudança na vida do casal quando Mary vê um gato morto espetado na placa de velocidade, a placa indicando a entrada da pequena cidade mineradora de Desespero. Enquanto rodam de volta à casa, e Mary Jackson tenta esquecer o gato fincado na placa, o casal é abordado por um enorme policial, Collie Entrangian. A princípio a abordagem se dá pelo simples fato de o carro ter perdido a placa traseira, mas, depois de Peter abrir o porta-malas em busca de uma chave para colocar a placa frontal na parte traseira, Collie encontra um saquinho de drogas escondido entre o estepe, e isso é o bastante para o enigmático policial detê-los e levá-los à delegacia de Desespero.

Mas o que era normal quando se estava sentado no banco de trás de uma viatura dirigida por um homem claramente louco, um homem que tinha acabado de dizer que ia matá-los?

Algo em Collie é altamente assustador, assim como a cidade de Desespero — quase desértica, com um único semáforo na avenida principal e bicicletas com rodas para cima, girando ao vento.

Mas o casal Jackson não são os únicos detidos por Collie. A família Carver, que viajava em férias pela rodovia 50, fora alvo de uma emboscada em seu trailer, os pneus furados por conta de uma malha de pregos posta na estrada. Convencidos com uma mentira de Collie, eles o seguem até a cidade de Desespero, mas por lá, acabam conhecendo o seu pior pesadelo quando um deles é assassinado friamente pelo policial.

Também seguindo pela rodovia solitária, está Johnny Mariville, um conhecido escritor que, para alavancar novamente a carreira, decide cruzar o país em sua moto a fim de coletar informações para seu novo livro. Ele também é detido pelo macabro e indecifrável policial, e jogado na cela da delegacia de Desespero junto com os demais.

— Está pensando em Deus? — perguntou o policial — Não se dê ao trabalho. Aqui, o território de Deus termina em Indiana Springs, e até mesmo o senhor Satanás não põe os pés fedidos muito ao norte de Tonopah. Não tem Deus em Desespero, bebezinho. Aqui só existe can de lach.

David Carver é um menino de onze anos — especial, de certo modo — e será por intermédio dele que todos os demais escaparão da lei sinistra de Collie Estragian. No entanto, Collie não está sozinho; ele tem a ajuda de aranhas, cobras, urubus, ratos, lobos, e toda a sorte de animais. Com o objetivo de deixar a cidade, eles serão capazes de sobreviver à noite de desespero que vem pela frente?

Deus é cruel.

Considerações pessoais.

Em Desespero Stephen King realmente me surpreendeu, pois estava um pouco receosa por conta de uma experiência passada com O Iluminado (a história foi ótima, me decepcionou a forma de narrá-la). King ainda distancia muito o leitor do ápice e do desenvolvimento da história com informações no meio da narrativa, mas são informações que, ao final, tornam-se importantes para a trama. Não vi isso em O Iluminado, e por essa razão fiquei receosa com a enrolação do escritor, mas não foi o que aconteceu.

Um romance onde King trabalhou a ideia de Deus e a intercessão divina e uniu de forma única, convincente e natural a visão de um deus cruel e de amor num só.

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