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Resenha #42: Filhos do Éden #3: Paraíso Perdido


Autor: Eduardo Spohr

Ano: 2015

Páginas: 560

Editora: Verus

Sinopse: No princípio, Deus criou a luz, as galáxias e os seres vivos, partindo em seguida para o eterno descanso. Os arcanjos tomaram o controle do céu e os sentinelas, um coro inferior de alados, assumiram a província da terra. Relegados ao paraíso, ordenados a servir, não a governar, os arcanjos invejaram a espécie humana, então Lúcifer, a Estrela da Manhã, convenceu seu irmão – Miguel, o Príncipe dos Anjos – a destruir cada homem e cada mulher no planeta. Os sentinelas se opuseram a eles, foram perseguidos e seu líder, Metatron, arrastado à prisão, para de lá finalmente escapar, agora que o Apocalipse se anuncia. Dos calabouços celestes surgiu o boato de que, enlouquecido, ele traçara um plano secreto, descobrindo um jeito de retomar seu santuário perdido, tornando-se o único e soberano deus sobre o mundo. Antes da Batalha do Armagedon, antes que o sétimo dia encontre seu fim, dois antigos aliados, Lúcifer e Miguel, atuais adversários, se deparam com uma nova ameaça – uma que já consideravam vencida: a perpétua luta entre o sagrado e o profano, entre os arcanjos e os sentinelas, que novamente, e pela última vez, se baterão pelo domínio da terra, agora e para sempre.



Resenha


No último livro, Anjos da Morte, Denyel ainda está desaparecido após cair junto com Athea em Herdeiros de Atlântida, engolido pelo rio Oceanus. Seus amigos — Kaira, Urakin e Ismael — decidem resgatá-lo antes de realizarem a tarefa principal incumbida pelo Arcanjo Gabriel: a de caçar Metatron, o Primeiro Anjo, líder dos Sentinelas — anjos designados por Deus para guiar a humanidade a partir do plano físico. Após a decisão dos Arcanjos de destruírem a criação divina, enciumados por Yahweh ter dado aos homens o livre-arbítrio — regido pela alma —, os sentinelas são convocados de volta ao céu.


Repugnados com a decisão dos Arcanjos com tamanha atrocidade (catástrofes e todo tipo de chacina), os sentinelas contrariam suas ordens e decidem permanecer na terra, junto da família que construíram ao longo dos anos. Assim, o Arcanjo Miguel ordena a caçada deste grupo de anjos, e Metratron é capturado em determinado momento, tendo a vida poupada para não morrer como mártir. Preso na Gehenna — segunda camada celeste, destinada a receber e purificar as almas humanas antes de ascenderem ao Terceiro Céu ou decaírem ao Sheol —, o Primeiro Anjo fugiu recentemente.


Antes de capturá-lo, porém, Kaira precisa resgatar Denyel — um anjo exilado que os ajudou anteriormente. Na busca pelo amigo, o coro de anjos encontrou o afluente do rio Oceanus, localizado em Egnias, a segunda cidade atlante que existiu antes do dilúvio. Ao encontrarem o afluente do rio místico, o grupo pode ser levado para qualquer dimensão existente.


E é em Asgard, a terra nórdica onde eles vão parar. Lá, o grupo finalmente encontra Denyel, que depois de 200 anos perdido no mundo de Thor (a contagem de tempo entre uma dimensão e outra varia), o anjo agora é o capitão dos Aesires.


Agora que encontraram o amigo, o grupo (resumido a Kaira e Urakin, pois Ismael se perdeu no processo, sendo capturado por Metatron), basta retornar para a Haled e completar a missão designada pelo Arcanjo Mensageiro. Mas nada é tão fácil assim. A única passagem de Asgard de volta para o plano físico está bloqueada por um antigo inimigo da rainha Sif, Cabelos de Trigo, que é ninguém menos que seu ex-marido, Thrymr, chefe dos gigantes do gelo. Para liberarem essa passagem, contudo, o grupo precisará enfrentar tantos outros perigos e fazer alianças inusitadas.


Em paralelo à aventura dos anjos na terra nórdica, temos alguns flashbacks do Primeiro Anjo e da sua atuação no presente, com os planos de controlar a Terra e se nomear como Deus.


É em Paraíso Perdido, também, que temos uma espécie de crossover, tendo a ilustre participação do querubim Ablon de A Batalha do Apocalipse, nos flashbacks, durante a época em que servia ao arcanjo Miguel. Fora ele quem cassara e capturara Metatron, depois de derrotar os outros sentinelas, na companhia de Ishtar. Além destes dois, há também Orion, o elohim que governara Atlântida antes do dilúvio, mas que decaíra como demônio, embora tivesse boas intenções, após acreditar e se unir à revolução de Lúcifer.



Considerações pessoais


Se os livros anteriores trouxeram um pouco da mitologia brasileira e um pouco da budista, Paraíso Perdido é uma gama de mitologia cristã, nórdica e grega! Essa mistura de culturas e mitologias foi o que me chamou muito a atenção nesse último livro da saga e é este mesmo elemento o que tanto desagradou outros leitores. Eu em particular, gostei bastante. Paraíso Perdido é o maior dos três livros, dividido em três partes, e onde todos os pontos se encontram e trazem um desfecho surpreendente. A leitura pra mim continuou agradável, nada maçante e muito estimulante pelas batalhas e aventuras épicas. A representação das valquírias em combate dá um gostinho de orgulho a todas as mulheres e acho que o autor soube muito bem conduzir a narrativa e trabalhar as guerreiras nórdicas dentro da história.


O final é completamente inesperado em todos os aspectos, inclusive como Kaira derrota Metatron, o que é a pergunta fundamental durante todo o livro. Se nem os Arcanjos foram capazes, porque uma arconte seria? Ainda mais quando estavam no “reino” do Primeiro Anjo, onde ele é praticamente invencível.

Os novos personagens também são cativantes e bem-trabalhados, e a presença dos personagens de livros anteriores colabora para a trama e o seu desfecho.

O final de Paraíso Perdido deixa um gancho para a leitura de A Batalha do Apocalipse.


Semana que vem tem resenha dele aqui!


Fiquem ligados.

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