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Resenha #41 - Filhos do Éden #2: Anjos da Morte, Eduardo Spohr

Se você ainda não leu a resenha de Filhos do Éden #1: Herdeiros de Atlântida, clique aqui e leia agora!




Informações técnicas:


Título: Filhos do Éden #2: Anjos da Morte

Autor: Eduardo Spohr

Editora: Verus

Ano: 2013

Páginas: 586

Sinopse: Quando o século XX raiou, o tecido da realidade, a barreira mística que separa os mundos físico e espiritual, adensou-se. Os novos meios de transporte, as ferrovias e os barcos a vapor levaram o progresso aos cantos mais distantes do globo, pervertendo os nódulos mágicos, apagando o poder dos velhos santuários, afastando os mortais da natureza divina. Isolados no Sexto Céu, incapazes de enxergar a terra justamente pelo agravamento do tecido, a casta dos malakins, cuja função é estudar e catalogar os movimentos do cosmo, solicitou ao arcanjo Miguel a criação de uma brigada que descesse à Haled para pesquisar os avanços da civilização. O príncipe ofereceu o serviço dos exilados, que há milênios atuavam na sociedade terrestre, alheios às batalhas que se desenrolavam no paraíso. Destacados, então, para servir sob as ordens dos malakins, esses exilados foram reorganizados sob a forma de um esquadrão de combate. Sua tarefa, a partir de agora, seria participar das guerras humanas, disfarçados de meros recrutas, para anotar as façanhas militares, as decisões de campanha, e depois relatá-las aos seus superiores celestes. Esse esquadrão tomou parte em todos os conflitos do século XX, das sangrentas praias da Normandia ao colapso da União Soviética. Embora muitos não desejassem matar, era exatamente isso o que lhes foi ordenado, e o que infelizmente acabaram fazendo. Em paralelo às aventuras de Denyel, que se desenrolam cronologicamente de 1944 a 1989, acompanhamos também, no tempo presente, a jornada de Kaira e Urakin em busca do amigo perdido, que caíra nas águas douradas do rio Oceanus, durante a destruição da ilha-fortaleza de Athea em Herdeiros de Atlântida.




Resenha



Em Filhos do Éden: Anjos da Morte, o segundo livro da da saga, Denyel continua perdido após cair junto com Athea, em Herdeiros de Atlântida, sendo engolido pelas águas do rio Oceanus — um rio místico que sobe para diversas dimensões.


Com a memória recuperada, Kaira — a Centelha Divina — precisa cumprir uma segunda missão dada a ela pelo Arcanjo Gabriel: a de capturar o Primeiro Anjo — um inimigo celeste que fugiu do seu cárcere na Gehenna. O Primeiro Anjo é ninguém mais do que o último Sentinela vivo, o líder destes anjos; os Sentinelas foram anjos incumbidos por Deus de guiar os mortais no plano físico. Porém, com o ciúme dos Arcanjos e com a decisão de destruir os humanos, estes angélicos foram chamados de volta à camada celeste, mas se recusaram a deixar para trás suas famílias — esposas e filhos —, enfrentando a ordem dos Premicérios. Assim, Miguel, o Príncipe dos Anjos, mandou caçá-los. Em determinado momento, o Primeiro Anjo é preso, mas milênios depois ele consegue fugir do seu cárcere. Agora, cabe à Kaira e seu grupo — Urakin e Ismael , um hashmalim (anjos que manipulam a alma) — caçar o último sentinela.


Porém, antes de perseguir seu principal propósito, Kaira pede autorização ao seu comandante para que possam encontrar Denyel, primeiramente. Seu pedido é recusado, mas a arconte desobedece as ordens de Gabriel e decide ir atrás do amigo assim mesmo. Para encontrá-lo, o grupo de anjos precisará primeiro encontrar o segundo afluente para o rio Oceanus — já que o que encontraram fora fechado com a queda de Athea. A segunda passagem está localizada junto da segunda cidade atlante destruída pelo dilúvio — Egnias. E é em busca dessa cidade perdida que o coro de anjos se aventura para encontrá-la, viajando pelo Globo atrás das informações necessárias para alcançar a segunda cidade, que esta localizada em algum lugar da África.


Em paralelo à aventura de Kaira em busca do amigo, o livro também traz o passado de Denyel como anjo da morte, durante as guerras do século XX.


O tecido da realidade é a barreira mística que separa o mundo físico do espiritual. Em épocas remotas, essa barreira não existia e por isso era tão fácil que os alados se manifestassem com asas e usassem seus poderes na Terra. Contudo, conforme essa barreira ia engrossando (provavelmente conforme o homem ia tomando mais razão e parando de acreditar no místico), manifestar tais poderes na Haled era doloroso e quase impossível, por isso os anjos se manifestam em avatares. Com o tecido da realidade grosso, os malakins — anjos sábios e estudiosos — não puderam mais enxergar a Haled e estudá-la. Por esse motivo, criaram um esquadrão de anjos e os incumbiram a viver na terra, disfarçado de soldados, que deveriam participar das guerras — de ambos os lados — e depois relatar tudo aos seus superiores, por meio das quimeras. Essses anjos foram chamado de Anjos da Morte


Denyel participou de tais guerras. Sua participação o levou a enfrentar bestas e feras e a descobrir artefatos curiosos, como o obelisco de Marie Et Louise e a Lança de Nod — um artefato criado pelos enoquianos para matar os alados.


Em seus períodos de descanso, porém (quando não estava atuando como soldado), ele fora designado a desmantelar uma teia de anjos que repassavam informações secretas ao Arcanjo Gabriel. Seu contato era Yaga, uma hashmalim, que lhe passava todas as informações do seu alvo e as balas místicas capazes de matar os anjos que Denyel perseguiria.


É nesse flashback, também, que conhecemos Sophia, uma francesa com quem Denyel flerta. Mais tarde, ele descobre que Sophia nunca foi uma simples terrena em perigo.



Considerações pessoais.


Filhos do Éden: Anjos da Morte é o meu livro favorito da saga. Tendo as guerras do século XX como plano de fundo para as aventuras de Denyel como anjo da morte, Spohr traz uma narrativa instigante e revelações surpreendentes a cada página. Os novos personagens são cativantes e bem-trabalhados e agem de acordo com suas personalidades ou designíos de casta. Se no primeiro livro Eduardo apresentou um cenário da mitologia brasileira, neste segundo, ele nos apresenta um pouco do budismo, durante a caçada de Kaira ao exilado.

Para quem lê pela primeira vez, certas informações da história podem parecer triviais e sem importância, principalmente durante os flashbacks, mas é somente no desfecho do terceiro livro — Paraíso Perdido — que tudo se interliga e é explicado. Apesar de ser um livro grande, a narrativa fluiu bem pra mim (e olha que li três vezes rs).


Anjos da Morte também é repleto de lutas e combates épicos, reviravoltas e misticismo.

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